sexta-feira, 4 de julho de 2008

Pamela

tive tendencias, me vestia como menininho quando criança, queria pintar a parede com meu pai, lavar o carro, andar sem camisa, fazer xixi de péee.. hahahaha era um sarro! jogava bola, video-game, odiava rosa e todas aquelas coisinhas de menininha que minha Irma usava, e que minha mãe queria que eu usasse também.
mas, como toda criança, vai crescendo, vendo suas amigas beijarem menininhos, e acha que tem que fazer igual. 11 aninhos, beijando vários menininhos...

mas nunca gostava de nenhum, sempre enjuava rápido. se chegasse á um mês, já era um milagre. até que namorei um menino por um mês, quando tava na sexta série, só que ele era mais velho e veio querendo passar a mao em mim, transar comigo. e eu criançona de tudo como sempre fui, me assustei, nao sabia nem o que era aquilo, de verdade. ai conversamos, ele nao queria parar de tentar, terminei. e ai minha irma veio me contar que ele gostava era dela. ai eu fui conversar com ele, e de fato, ele me disse que como estava namorando comigo, tentou aproveitar a situação e me comer, mas que realmente só me namorava porque queria ir na minha casa ver minha irmã.

depois disso fiquei um ano sem beijar homens, assustada. setima série, as amigas do meu irmao sempre legais comigo, me apaixonei por uma, que se chama Camila. Nesse meio tempo, tínhamos amigas em comum, uma delas, chamada mayra, que era do segundo colegial. Ela tentou me beijar, mas eu me assustei, fiquei com medo de tudo e todos, ‘e se alguém descobrisse?’.. dava frio na barriga, eu era bobinha. Queria mas não beijei...passou algum tempo, a gente não tocou mais no assunto mas continuamos amigas.
nessa época, meus primos, Junior e Mayara, eram meus vizinhos, e tinha uma menina no prédio deles que era super legal, andava de skate, e se chamava Morgana.

Eu e a morgana viramos MUITO amigas, irmãs mesmo. ela tinha 12 anos, e eu 14. eu vivia na casa dela, ela na minha. fui pra oitava série, 2005. achei que era gente grande, sabia tudo da vida.. aquelas coisa da idade neh? comecei a beber sempre depois que saia da escola. E como era apaixonadérrima pela Camila, um dia bêbada, dei um showzinho na porta da escola, dizendo que a amava, e que não podia me magoar, queria que ela me beijasse, cheguei até a ajoelhar. Cena ridícula. Tenho vergonha de ter feito isso mas tudo bem vai...
cheguei em casa bêbada, contei pra minha mãe que a menina que eu amava não me queria. ai foi o choque, ela começou a chorar, falou que eu ia sofrer preconceito, se era isso mesmo que eu queria e os caralho a quatro. Como eu era super amiga da Morgana, mas ela tinha preconceito com homossexuais, tomei coragem e contei pra ela a merda que tinha feito.

Como minha amiga, pedindo a ajuda dela, ela fez cara de triste e feliz ao mesmo tempo. Mas, me zuou, e tentou me ajudar a ficar bem. Passado algumas semanas, ela começou a me falar coisas do tipo: sonhei que te beijei, sonhei que a gente tava casando,.. ela me falava tantas vezes isso que eu um dia disse: você sabe que sonhos podem se tornar realidade né? Eu achando que ela ia fazer cara de nojo e reprovação, disse: sei. Ai eu, então vamos tornar real. Ai ela ta. E nos beijamos... dia 16.05.2005.
coisa pra nunca mais esquecer. Nunca me senti tão feliz, realizada, contente. Primeira menina... amiga, irmã, companheira. Mas aí, nossos familiares estavam desconfiando de nós, pois andávamos muito juntas, e, os irmãos delas, todos mais velhos, já mais malandros com a vida, começaram a ‘perseguir’ a gente, meu pai e minha mãe nos proibindo de se ver, até porque meus pais não gostava dos irmãos dela, pois todos são drogados, caminho errado.

Mais eu a ajudava, ela não tinha culpa da família que tinha, a mãe dela sempre largava ela, e eu, era mãe, namorada, Irma, amiga, pai, era tudo, fiz de tudo por ela. Até que um dia na nossa rua rolou mó barraco, todos descobriram... a mãe dela me ameassava de morte por ter desviado a filha dela, e todo o caos foi instalado na nossa vida. a escola inteira definitivamente ficou sabendo, o bairro inteiro, nossas famílias inteiras, fomos proibidas de se ver, se falar. Com a distancia, e por ela ter sido a primeira menina, a curiosidade de saber como seria com outras gurias bateu mais forte, eu beijava outras, ela outros.

Cheguei a beijar a tal da Camila que eu achava que amava, e a mayra, que queria me beijar antes. Mas nunca foi a mesma coisa. Sentia que era ela que eu gostava, mais sei lá, eu era nova, muito nova, e ela também. A gente namorava, mas era um relacionamento aberto. Hoje acreditamos que aquilo nunca foi um namoro. Um ano depois de estarmos juntas, arrumei um emprego numa escola de inglês, comecei a trampar, já não nos víamos por sermos proibidas, mas ela estudava na minha escola, o que era menos pior, já que eu ficava lá a tarde, pra poder vê-la. E outra, nossa família não iria nos perseguiria por muito tempo. Era só esperar passar... nesse meu trampo, conheci outra menina, chamada marina, um ano mais velha, e manipuladora. Ela é bonita, e a carne foi fraca, ficamos um tempo, a Morgana descobriu, brigou comigo mas começou a falar com a marina também, e aí a marina super filha da puta, começou a dar em cima da Morgana também...
e as duas começaram de caso, porque a marina era bonita, e a carne fraca. E eu fiquei pra trás. Terminei depois de um ano e meio de namoro. Elas ainda são amigas/namoradas (eu realmente não sei, porque cortei relação com as duas, não converso mais) mas, já passaram muitas menininhas na minha vida, novas, velhas, legais, bonitas, de tudo. O sentimento ainda pertence a ela.
A primeira, e única. faz dois anos já que terminamos, nos vemos todo dia por causo da escola. Ela me olha daquele jeito, eu olho pra ela daquele jeito. Mas, todas as vezes que tentamos conversarmos pra resolver alguma coisa, dá briga. Não existe ninguém como ela, a história também não é só isso, aconteceu muito mais coisa... mas, como não era esse o papo... e eu desviei o assunto, vamos ao que interessa.

Em todos os lugares sabem que eu sou lésbica. Totalmente. Não beijo homens, não rola química. Mas, não que eu saia anunciando que eu sou, eu simplesmente não escondo. Sou na minha, muitos desacreditam que eu seja, mas a realidade é essa. Alem de ter contado a saída do armário, contei a minha história com mulheres.
Sei que sou novinha, e que vocês já passaram por coisas melhores ou piores. Mas ta aí, mais uma história.


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