sexta-feira, 11 de julho de 2008

Petite

Bom sempre soube que era "diferente".A lembrança mais remota de que sentir "algo diferente" por alguem remonta aos meus 7 anos de idade. Estava formando a fila pra cantar o hino nacional e fiquei atras de uma amiguinha de escola.Lembro perfeitamente de ter adorado o cheiro dela e senti uma coisa estranha no estômago, mas não entendi muito bem,atém então achar perfeitamente normal sentir afeto pro alguem de uma maneira mais profunda.Anos se passaram, namorados depois, noivado, fim de noivado, namorados..E eu sempre soube que me sentia atraida por mulheres,conversei abertamente sobre isso com alguns namorados, pra minha surpresa sempre fui bem encarada e me deram liberdade pra poder decidir sob esta questão sem interferência deles.mas me mantive monogamia e tive 2 relacionamento longos com homens.
Até que rolou la pelos meus 18 anos com uma amiga de um amigo. Pronto...qualquer duvida que pairava foi-se...minha bissexualidade se concretizou.
Sai com algumas mulheres, umas chegaram freqüentar minha casa...meu pai nunca comentou nada e ele notavelmente tinha noção do que se passava, visto que eu cansei de dormir fora de casa e havia uma época que eu tinha uma "amiga" muito mais velha que eu.Mas não tivemos nada serio, foi um affair.
Namorados depois...Conheci minha atual namorada e futura esposa. Estudávamos no mesmo pré vestibular, foi fulminante, começamos logo a namorar. andávamos pra cima e pra baixo juntas..meu pai começou a desconfiar...até que me colocou contra a parede e perguntou

-vocês sao namoradas?
-Somos pai, sou bissexual.
Ele fingiu aceitar e falou q estava orgulhoso de eu ter contado a ele. Achei estranho mas se ele encarou numa boa...que seja.
A farsa não durou nem 24 horas, ele começou a me tolir de direitos: parar de usar a internet, telefone, eu deveria ir e voltar pra casa sem pit stop em lugar algum....
Foram semanas de briga..noites sem dormir e ainda tinha tensão do vestibular pra atrapalhar mais ainda.

Ele me chamou de aberração pra baixo.Disse que destrui a vida dele...que fui uma decepção...

ATé que um dia no meio da madrugada, depois de varias noites sem dormir eu finalmente cai no sono..meu pai invade meu quarto me segura pelo pescoço e começa a me enforcar gritando :
- você vai parar com isso, eu vou te dar um jeito!
-nao vou pai, isso é o que eu sou, você aceitando ou não!
Ele não em largava comecei a sufocar dai gritei pro minha madrasta não fosse ela, ele teria me matava sem duvidas.
Bom, depois disso ele botou a mão na consciência e depois de um amigo "santo" dele ter conversado com ele, ele decidiu "fechar os olhos"
. Pediu apenas pra que eu fosse discreta e que ele n voltaria a comentar o assunto.Muitas brigas e insinuações depois...
Foram- se 4 anos, hoje em dia ele já consegue mencionar o nome da minha namorada sem gaguejar e acha estranho quando não saio pra me encontrar com ela no final de semana...é um avanço....
Para os resto da familia, mina avó e avô sabem e me respeitam, reagiram melhor que meu pai,nem em recriminaram nem nada, só falaram pra ter cuidado coma violência. de resto não considero familia, então não importa. Meus amigos todos sabem e sou muito querida pro todos, foi neles que encontrei conforto no momento de dificuldade em casa.
Hoje sou mais feliz por não ter q mentir, disfarçar ou omitir nada. Estou bem comigo mesma. embora tenha sido uma situação desgastante cresci como pessoa.O preconceito dentro de casa me fez ser mais voltada pra questão da aceitação de homossexualidade e lutar por igualdade.

Simplesmente busco pro minha felicidade igual a outro ser humano qualquer.

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