Quando assumi minha orientação sexual para minha mãe, dentre tantas crueldades ignorantes que ela vociferou, algo que ela sempre alegava, era a imagem vulgar que se tem sobre os homossexuais. Falava que os gays são promíscuos, extravagantes, indiscretos, escandalosos, e por aí vai. Dizia que os homossexuais nunca atingem o sucesso profissional, e são sempre problemáticos, depressivos, agressivos, e por aí vai.
É claro que essas coisas não são verdadeiras, mas nesses anos de militância pela causa gay, percebi que essa visão deturpada que minha mãe tem, é a visão da maior parte da sociedade. Quando me pego pensando acerca dos motivos para isso, meu espírito empírico de cientista me faz questionar para obter respostas. E a primeira pergunta é: Quem são os gays, para essa sociedade?
Deixo, para depois retomar, as observações provenientes dessa parte heterossexual ignorante da sociedade, a fim de agora relatar observações em conversas dentro do meu grupo de amizades.
Os meus amigos, como eu, são pessoas discretas. Todos muito bem instruídos, formados, bem sucedidos em suas carreiras, ou a caminho de. São pessoas com boas bases familiares, o que não significa, obviamente, que tenham o apoio de seus pais. Procuram não se expor; alguns não são assumidos. À parte sua indiscutível inteligência, ouço, ás vezes, com grande tristeza, tecerem o seguinte comentário: "Eu não gosto dos gays tipo 'bicha afetada', que dão escândalo e sujam a imagem dos gays para a sociedade hetero lá fora".
Eis a resposta para aquela pergunta. É esse o gay que a sociedade conhece. O que se expõe, que dá a cara a tapa, que fala, que gesticula, que dá risada, que exerce sua orientação sexual em público.
Eu, particularmente, não gosto de extravagâncias, excessos. Prefiro a discrição. Mas isso, não é em relação à minha orientação sexual: estende-se a todos os setores da minha vida. Não me relaciono em nenhum, sentido com pessoas escandalosas, não por preconceito, mas porque não temos muito em comum.
Entretanto, venho por meio desse post, pedir e, argumentar em favor disso, que se respeite a diversidade comportamental dentro da homossexualidade. Constata-se, com grande pesar, que a homofobia não está restrita aos heterossexuais. Ouço homossexuais destilando seu preconceito contra transexuais, contra transgêneros, contra os gays afeminados, contra as lésbicas masculinizadas, e isso é uma pena.
Porque esses, meus caros, são os gays que a sociedade conhece. Eles estão promovendo a visibilidade gay no mundo. Eles estão polemizando, fazendo divergir opinião, incomodando, alertando, encantando.
E se minha mãe acha que todo gay é vulgar, extravagante, descomedido, não é porque aqueles gays extravagantes e excessivamente espontâneos estão sujando a imagem dos homossexuais. Eles estão apenas excercendo o direito pleno de serem eles mesmos. É porque pessoas como eu e meus amigos, que somos discretos, não nos expomos. Não nos impomos.
Eu ergo uma bandeira a favor do direito e do dever. Você tem o direito de não se expor, se você acha que a sociedade ainda é preconceituosa demais para que você possa se assumir publicamente sem se prejudicar. Mas então, você terá o dever de respeitar todas aquelas pessoas que se expõe, e você terá o dever de compreender e aceitar que, se você não promove a visibilidade gay no mundo, terá que aceitar aquela imagem feita pelos que a promovem.
É claro que essas coisas não são verdadeiras, mas nesses anos de militância pela causa gay, percebi que essa visão deturpada que minha mãe tem, é a visão da maior parte da sociedade. Quando me pego pensando acerca dos motivos para isso, meu espírito empírico de cientista me faz questionar para obter respostas. E a primeira pergunta é: Quem são os gays, para essa sociedade?
Deixo, para depois retomar, as observações provenientes dessa parte heterossexual ignorante da sociedade, a fim de agora relatar observações em conversas dentro do meu grupo de amizades.
Os meus amigos, como eu, são pessoas discretas. Todos muito bem instruídos, formados, bem sucedidos em suas carreiras, ou a caminho de. São pessoas com boas bases familiares, o que não significa, obviamente, que tenham o apoio de seus pais. Procuram não se expor; alguns não são assumidos. À parte sua indiscutível inteligência, ouço, ás vezes, com grande tristeza, tecerem o seguinte comentário: "Eu não gosto dos gays tipo 'bicha afetada', que dão escândalo e sujam a imagem dos gays para a sociedade hetero lá fora".
Eis a resposta para aquela pergunta. É esse o gay que a sociedade conhece. O que se expõe, que dá a cara a tapa, que fala, que gesticula, que dá risada, que exerce sua orientação sexual em público.
Eu, particularmente, não gosto de extravagâncias, excessos. Prefiro a discrição. Mas isso, não é em relação à minha orientação sexual: estende-se a todos os setores da minha vida. Não me relaciono em nenhum, sentido com pessoas escandalosas, não por preconceito, mas porque não temos muito em comum.
Entretanto, venho por meio desse post, pedir e, argumentar em favor disso, que se respeite a diversidade comportamental dentro da homossexualidade. Constata-se, com grande pesar, que a homofobia não está restrita aos heterossexuais. Ouço homossexuais destilando seu preconceito contra transexuais, contra transgêneros, contra os gays afeminados, contra as lésbicas masculinizadas, e isso é uma pena.
Porque esses, meus caros, são os gays que a sociedade conhece. Eles estão promovendo a visibilidade gay no mundo. Eles estão polemizando, fazendo divergir opinião, incomodando, alertando, encantando.
E se minha mãe acha que todo gay é vulgar, extravagante, descomedido, não é porque aqueles gays extravagantes e excessivamente espontâneos estão sujando a imagem dos homossexuais. Eles estão apenas excercendo o direito pleno de serem eles mesmos. É porque pessoas como eu e meus amigos, que somos discretos, não nos expomos. Não nos impomos.
Eu ergo uma bandeira a favor do direito e do dever. Você tem o direito de não se expor, se você acha que a sociedade ainda é preconceituosa demais para que você possa se assumir publicamente sem se prejudicar. Mas então, você terá o dever de respeitar todas aquelas pessoas que se expõe, e você terá o dever de compreender e aceitar que, se você não promove a visibilidade gay no mundo, terá que aceitar aquela imagem feita pelos que a promovem.
2 comentários:
Voce tocou num ponto interessante e que vai em render outro post. Mas dese já levanto a bola. Sair do armário é questão de cidadania?
mas acho q eu vc caracterizou um homossexual assumido, como aquele que é espalhafatoso ri, fala alto etc…. Mas devo discordar, eu acredito que essa é a imagem que a sociedade FAZ de nos.E acho que é contra ela que devemos lutar sim, simplesmente por que somos muito( somos gays mas não somos padronizados) mais que isso. Acho que temos que combater essa visão unitária, maniqueísta e cruel que de certa forma nos assombra.
Obvio que o direito de ser gay e espalhafatoso não deve ser ferido, mas o direito de ser gay e “outra coisa” tb.
Petit, concordo com você, que não somos padronizados! O que estou dizendo é que a sociedade faz essa imagem de nós porque é o tipo de gay que ela vê. Pessoas discretas como eu e vc, passam despercebidas. Confundem-se na multidão. Os gays "espalhafatosos", se sobressaem. A meu ver, a sociedade vê um tipo de homossexual, e expande essa imagem, nos generalizando
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