sábado, 12 de julho de 2008

Alexandre

A história é um pouco mais complexa, digamos que sobrenatural! (Eu costumo brincar um pouco, mas neste caso o meu relato está sendo sério mesmo!)Fui criado em uma família classe média baixa, conservadora, certinha demais e muito religiosa (católica). Homossexual para mim era um homem depravado que queria se vestir de mulher e paquerar todos os homens. Quando aos dezesseis me descobri homossexual me tranquei no banheiro e chorei muito. No início dessa descoberta, entendi porque tinha um comportamento e atitudes diferentes da maioria dos meninos da minha idade. Essa análise durou pouco, pois afirmei para mim que isso era só uma fase da adolescência e com a minha força de vontade eu iria mudar toda essa situação. Passei a analisar todas as diferenças de comportamento que existiam entre mim e os outros rapazes que eu considerava heterossexuais para poder me adequar e me recondicionar (me deu vontade de vomitar agora!). E quanto mais eu reprimia os meus sentimentos, mais a minha homossexualidade aflorava. Eu não sabia, mas eu também sofria de um transtorno de ansiedade conhecido hoje em dia como TDAH ou DDA e que piorou e muito com essa minha luta constante em me tornar heterossexual. E naquela (início da década e 90) época não se encontrava nenhuma leitura decente ou consoladora sobre a homossexualidade para o público. A homossexualidade quando citada era sempre uma patologia ou um desvio de caráter. Logo a depressão própria de quem sofre de DDA passou a ser uma companheira constante para mim. Depressão após depressão e eu não achava solução alguma para o meu problema. E não encontrando uma saída e não conseguindo me abrir com ninguém (Um pesadelo terrível!) passei a me tornar mais religioso e perdir cada vez forças a Deus, o que me ajudou de uma forma imensa (Se não fosse o amparo espiritual já teria morrido ou me matado!).
Essa minha busca religiosa me trouxe experiências religiosas que me ajudaram a acreditar e ter uma fé cada vez maior. Nas minha experiências espirituais Deus realmente se mostrava imensamente bondoso, justo, misericordioso. Com o tempo eu passei a ter uma crise espiritual, mas não porque eu deixasse de crer em Deus, mas porque a minha mente não conseguia conciliar um Deus que condenasse o amor de duas pessoas e fosse assim mesmo um Deus de amor. Continuava tendo fé em Deus, mas sempre o questionava muito sobre isso a ponto de deixá-lo de lado por um tempo por não suportar isso. Minha distância durou apenas alguns meses e novamente eu voltava os meus olhos e o meu coração a Deus, mas continuava a questionar essas incoerências.Minha depressão aumentou e as crises demoravam mais tempo para terminar. Já até pensava numa maneira de desaparecer do mundo. Eu rezava pra ser atropelado, adquirir um câncer, dormir e não mais acordar etc...
Numa tarde aluguei o DVD "O Segredo de Brokeback Mountain" para assistir e gostei bastante do enredo. Passei a imaginar o "porquê" de Deus condenar os amor entre dois homen e duas mulheres e sempre pedia pra que Ele me desse uma explicação. Alguns dias depois tive o sonho mais intenso de minha vida. (Eu sei que tem gente na comunidade que é ateu, que não acredita na existência de Deus, mas eu sei também que ter fé em Deus não é uma questão de uma pessoa querer acreditar apenas, é algo mais. Por isso, eu não acho errado falar de Deus como se fosse algo incontestável, porque é a minha fé.) Eu sonhei com uma presença, com um espírito grandioso, bondoso que permeava minha mente, meu corpo, minha cama, meu quarto e que falava em nome do próprio Deus e no meu coração e na minha mente Ele dizia que Deus nunca condenou o amor entre duas pessoas do mesmo sexo e numa relação homossexual Ele somente condenava o mesmo que condenaria na relação entre casais heterossexuais. Eu acordei umas três vezes com o mesmo sonho durante a madrugada. A manhã seguinte foi a manhã que me libertou do medo que eu tinha de me aceitar como homossexual e a partir daí eu conheci o que é ser livre não só espiritualmente, mas psicologicamente também.
Passei mais de um ano com a sensação de que haviam dois Deus(es) no mundo e dentro de mim, um Deus autoritário que exigia obediência cega e um Deus que exigia o amor, o respeito ao próximo e que buscava a felicidade dos seus filhos, mas essa contradição acabou e eu não sofro mais por isso!Sou louco? Talvez seja, mas eu sou feliz também!

Deia

na minha adolescencia nunca tive problemas com minha sexualidade ,pois sempre me achei muito femea até demais. namorei o colégio em peso e gostava dos garotos , só que tinha uma menina que me tirava do sério ,pois ela era diferente das outras .estava sempre de calça ,blusa de manga e adorava brincadeira de menino .dai eu achava que era só curiosidade por ela ser diferente. mais quantas noites passei emclaro querendo beijar aquela boca ...e que boca!!!!!só sei que nunca rolou nada terminei o colegial e fomos cada um pro seu lado .
bom o meu primeiro caso só aconteceu com 25 anos eu trabalhava em uma padaria e era gerente e tinha uma caixa que me tratava a pão de ló. dai a amizade cresceu começei a dormir na casa dela com a mãe e a nirmã dela . até que numa noite eu acordei com ela me beijando e já estava em baixo do meu cobertor. fiquei assustada e não aconteceu nada por medo da mãe dela descobrir.eu como sempre muito decicida marquei pro dia seguinte num motel . e ai o que eu ia fazer com aquele mulherão super feminina .sinceramente fiquei louca , mais foi lindo e maravilhoso pois era a´primeira vez dela tb ,essa historia acabou com a mãe dela falecendo , eu acabei com um casamento de 4anos e fui morar com ela porque ela e a irmã não tinham como pagar o aluguel do ap .sozinhas.conclusão ; a minha familia quase teve um troço , mais eu morria falando que era só amizade . porque ela não tinha pinta de sapata . mais eu vivia traindo ela com homens e até com algum as garotas que conheci . mais eu sentia lá no fundo que eu queria aquela mulher que me joga na parede e me chama de larghatixa,enqto não aparecia ia saindo com homens .
acabei o relacionamento depois de 4 anos tb . fui morar com um rapaz . dai fui trabalhar de cobradora de onibus e numa pequena farmacia lá na gavéa estava aquela mulher que qdo á vi falei é essa que eu sempre imaginei nos meus sonhos o mesmo cabelo o mesmo jeito o mesmo sorriso fiquei encantada , cheguei em casa falei pro meu m,arido que eu tinha visto á pessoa que nasceu para ser eternamente minha . ele achou que eu estava brincando ,e me chamou de maluquinha . e fiquei cercando ela por um mes até descobrir os lugares que ela frequentava. ficamos super amigas dai foi facil . ela morava com uma menina a 13 anos eu achei que não tinha chance , mais ela tb se apaixonou perdidamente mais tinha muito medo de tudo .
conclusão do dia em que á vi até o dia de irmos morar juntas levou 2 meses e meio. terminei o casamento falei pro meu pai minha mãe e minhas irmães.,ninguem falou nada porque eu estava super decidida a assumir aquela mulher pro resto da minha vida . hoje graças a deus todos a adoram sem exeção até o meu genro. ela é madrinha do meu neto. e estamos juntas a 10 anos e sinceramente e a ultima mulher da minha vida . há ,e tem 10 anos que não saio ,com homens e nem com mulheres, sou completamente realizada . espero que ela nunca ache essa comu e leia isso senão vai ficar com a bola cheia .descobri que sempre gostei de mulher , mais eu queria uma com um jeitinho especial , meio machinho. meio mandão ,ai meu deus!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Petite

Bom sempre soube que era "diferente".A lembrança mais remota de que sentir "algo diferente" por alguem remonta aos meus 7 anos de idade. Estava formando a fila pra cantar o hino nacional e fiquei atras de uma amiguinha de escola.Lembro perfeitamente de ter adorado o cheiro dela e senti uma coisa estranha no estômago, mas não entendi muito bem,atém então achar perfeitamente normal sentir afeto pro alguem de uma maneira mais profunda.Anos se passaram, namorados depois, noivado, fim de noivado, namorados..E eu sempre soube que me sentia atraida por mulheres,conversei abertamente sobre isso com alguns namorados, pra minha surpresa sempre fui bem encarada e me deram liberdade pra poder decidir sob esta questão sem interferência deles.mas me mantive monogamia e tive 2 relacionamento longos com homens.
Até que rolou la pelos meus 18 anos com uma amiga de um amigo. Pronto...qualquer duvida que pairava foi-se...minha bissexualidade se concretizou.
Sai com algumas mulheres, umas chegaram freqüentar minha casa...meu pai nunca comentou nada e ele notavelmente tinha noção do que se passava, visto que eu cansei de dormir fora de casa e havia uma época que eu tinha uma "amiga" muito mais velha que eu.Mas não tivemos nada serio, foi um affair.
Namorados depois...Conheci minha atual namorada e futura esposa. Estudávamos no mesmo pré vestibular, foi fulminante, começamos logo a namorar. andávamos pra cima e pra baixo juntas..meu pai começou a desconfiar...até que me colocou contra a parede e perguntou

-vocês sao namoradas?
-Somos pai, sou bissexual.
Ele fingiu aceitar e falou q estava orgulhoso de eu ter contado a ele. Achei estranho mas se ele encarou numa boa...que seja.
A farsa não durou nem 24 horas, ele começou a me tolir de direitos: parar de usar a internet, telefone, eu deveria ir e voltar pra casa sem pit stop em lugar algum....
Foram semanas de briga..noites sem dormir e ainda tinha tensão do vestibular pra atrapalhar mais ainda.

Ele me chamou de aberração pra baixo.Disse que destrui a vida dele...que fui uma decepção...

ATé que um dia no meio da madrugada, depois de varias noites sem dormir eu finalmente cai no sono..meu pai invade meu quarto me segura pelo pescoço e começa a me enforcar gritando :
- você vai parar com isso, eu vou te dar um jeito!
-nao vou pai, isso é o que eu sou, você aceitando ou não!
Ele não em largava comecei a sufocar dai gritei pro minha madrasta não fosse ela, ele teria me matava sem duvidas.
Bom, depois disso ele botou a mão na consciência e depois de um amigo "santo" dele ter conversado com ele, ele decidiu "fechar os olhos"
. Pediu apenas pra que eu fosse discreta e que ele n voltaria a comentar o assunto.Muitas brigas e insinuações depois...
Foram- se 4 anos, hoje em dia ele já consegue mencionar o nome da minha namorada sem gaguejar e acha estranho quando não saio pra me encontrar com ela no final de semana...é um avanço....
Para os resto da familia, mina avó e avô sabem e me respeitam, reagiram melhor que meu pai,nem em recriminaram nem nada, só falaram pra ter cuidado coma violência. de resto não considero familia, então não importa. Meus amigos todos sabem e sou muito querida pro todos, foi neles que encontrei conforto no momento de dificuldade em casa.
Hoje sou mais feliz por não ter q mentir, disfarçar ou omitir nada. Estou bem comigo mesma. embora tenha sido uma situação desgastante cresci como pessoa.O preconceito dentro de casa me fez ser mais voltada pra questão da aceitação de homossexualidade e lutar por igualdade.

Simplesmente busco pro minha felicidade igual a outro ser humano qualquer.

Brigite

De portas abertas



Nasci, gente! Era uma menininha ( a caçula ) depois de dois meninos; e como de costume; fui logo presenteada com uma boneca que me provocava altas sessões de choro. Ai meu Deus, eu nem falava ainda e já dava sinais de que não gostava de brincar de bonecas. Os anos se passaram e meu gosto pelas bonecas não veio... Meu negócio era mesmo brincar com meus irmãos... estilingue, peão, palito, bafo, pega-pega, bolinha de gude, subir em árvores, pipa, judô mas como era mais nova e menina, nem sempre eles me deixavam acompanhá-los. Meu irmão mais velho ( A ) era meu protetor.
Adolesci... Essa foi a pior fase... Eu queria ser eu mesma mas sentia grande dificuldade pois eu era diferente das minhas amigas. Eu não gostava de fazer as unhas, arrumar os cabelos, tirar sobrancelhas, usar maquilagem, vestidos,saias e afins... mas gostava de meninos, de dançar com eles nas festinhas, ao mesmo tempo que me sentia muito encantada pela beleza feminina. Tudo parecia “ normal “ e muito equilibrado aparentemente embora eu me sentisse uma estranha no ninho dos meninos e um estranho no ninho das meninas, assim; como se eu não tivesse feminilidade suficiente pra ser mulher e nem masculinidade suficiente pra ser homem. Beijava e namorava garotos, mas não abria mão das minhas amigas por nada.
Por volta dos 15 anos eu tinha uma amiga muito próxima, nos falávamos “n” vezes ao dia, eu ia esperá-la na chegada e na saída do inglês, quando íamos ao cinema ficávamos de mãos dadas escondido mas nunca rolou beijo. Minha mãe percebendo isso disse que não era normal e me ofereceu tratamento médico... A mãe dela desconfiada, acabou nos proibindo de andarmos juntas pois sabia que eu tinha uma tia homossexual e soprou aos quatro ventos que eu também era, só eu é que ainda não sabia.
Dos 18 aos 19 tive um namorado ( F ) com quem queria me casar e ter filhos embora não transássemos ainda e simultaneamente eu tinha outra amiga inseparável.
O primeiro beijo ( e afins ) numa garota ( C ) veio aos 20 anos com quem fiquei de enrolada até os 27 numa relação escondida onde vários homens entraram e saíram da minha vida inclusive o F por várias vezes.
Nessa ocasião eu já não sabia mais se ficava com homens pra manter as aparências ou se gostava mesmo deles, mas sabia que não amava minha namorada.
Meu irmão e protetor ( A ) estava morando no exterior e resolvi visitá-lo. Já que passaria 2 meses fora, resolvi terminar meu namoro com a C e assim o fiz uma semana antes do meu embarque, e ela viajou em seguida.
Eu estava sozinha e prestes a fazer a viagem da minha vida...
Fui convidada pela Sharmen pra sair e brindar a viagem, afinal quem vai pra Europa tem que estar feliz e eu não parecia estar... Não aceitei pois não queria baladas... então ela sugeriu um happy hour ... que seria fatal.
O happay hour eu topei. “ brindar cerveja como se fosse champagne “...
Bebemos, “ brindamos cerveja como se fosse champagne “ e conversamos como se nunca tivéssemos nos visto antes, era impossível tirar os olhos dela mas o tempo corria e não percebíamos. A hora da balada se aproximava e resolvemos então ir embora. Ao chegar em casa pensei: A Sharmen tem toda razão, eu deveria estar feliz... vou pra balada com elas. Misteriosamente, sem nenhum tipo de comunicação prévia as pessoas foram desistindo de sair e ficamos apenas eu e ela. Fazia bastante frio, a lua estava maravilhosamente cheia, linda e brilhante e fomos curti-la na chácara dos meus pais tomando cerveja e nos embriagando em papos sem fim. A noite ia linda... sereno, cerveja, cigarros, olhares e conversas mas estava acabando... 4 e meia resolvemos ir embora e no portão de casa eu segurei a mão dela aí as pernas amoleceram, o coração disparou quando ela me pediu que não fizesse aquilo... e nos beijamos ali mesmo, em frente a casa dos meus pais.
Entrei em casa pra pegar a chave da chácara e voltamos pra lá. Nas duas horas seguintes eu me embriaguei de um perfume alucinante, bebi a saliva mais doce e meus dedos passearam pela pele adulta mais macia que eu havia conhecido. O mais longe do rosto que meus dedos alcançaram foram os seios e não precisou mais que isso pra que eu me apaixonasse.
Era dia de trabalho para ela, e eu, passei o dia a suspirar sentindo aquele perfume nas minhas roupas, na minha pele, desejando mais daquela sensação, mais daquela mulher ... mas a Europa me aguardava e embarquei pra 2 meses de loucas sensações e longa espera.
Sentia aquele perfume em todos os lugares mas ele estava sempre sozinho, vazio... Cartões postais e cartas que enviei não tinham resposta como o prometido. O telefone não tocava e fui perdendo as esperanças achando que tudo era ilusão ou desilusão.
Contei pro meu irmão o que estava acontecendo e pra minha surpresa ele teve uma reação que eu não esperava, disse que aceitava mas não conseguia entender, que era desagradável ouvir aquilo, que de certa forma se sentia incomodado.
Fiquei triste mas entendi.
A hora de voltar chegou e decidi que não a procuraria.
Fui surpreendida pela notícia de que durante minha viagem a mãe dela havia se submetido à uma cirurgia de câncer de mama e que ela estava muito abalada.
Mudei imediatamente de idéia e fui até ela, suando, tremendo, sonhando... saber como estava, se podia ajudar...
Aos poucos fomos conversando e entendendo as armações do destino pra nos aproximar.
Nosso amor e cumplicidade cresciam à medida que nos encontrávamos, nos conhecíamos, nos amávamos, nos desejávamos. A insegurança e o medo de uma recaída da doença da mãe se soubesse da gente, somada à reação do meu irmão, também cresciam.
Tentamos nos separar, mas foi impossível...

“O que Deus uniu o homem não separa. “


Dezesseis anos se passaram nesse compasso de espera de um momento apropriado para nossa saída do armário mas ele não veio. Hoje moramos juntas, nossas famílias sempre conviveram em harmonia, freqüentam nossa casa, ninguém pergunta nada, ninguém comenta nada, entram em nosso armário, saem dele quando querem. Não precisamos mais de afirmações e auto – afirmações.
Somos duas pessoas a somar, dividir, multiplicar e subtrair tudo o que vivemos. Buscamos a paz, a simplicidade, o amor como deve ser... simples e puro, gentil, respeitoso, delicado.
Acreditamos que Deus esteve ao nosso lado o tempo todo, que fomos abençoadas e seguiremos assim enquanto Ele nos permitir.

Davi

Eu morava com minha mãe, minha vó e quatro irmãos.

Sempre soube que era gay. No principio isso me incomodava deveras, eu era de familia evangélica praticante e sempre me vinha o tal ensinamento do pecado à cabeça. Isto perdurou até meus 15 anos, quando resolvi ser feliz e percebi que pecaminizar o amor é o maior dos pecados.

Aos dezessete conheci Fábio, na fila de um banco. Começamos a namorar às escondidas, pois a minha familia não sabia oficialmente que eue era gay, embora suspeitassem, e a familia dele não aceitava a sua homossexualidade.

Aos seis meses de namoro Fábio já frequentava minha casa como amigo, não nos desgrudávamos e ele ganhou muita afeição de minha familia.

Certa vez, estávamos, minha mãe e eu na cozinha cortando legumes para uma sopa, ela do nada e sem qualquer rodeios comentou:

- Davi, estou começando a desconfiar desta sua amizade com o Fábio."

E eu, sem pestanejar e também como fui pego de surpresa respondi:

- A senhora pode parar de desconfiar e começar a ter certeza!

Minha mãe caiu desmaiada no chão, aquilo me assustou, fui ajuda-la a se levantar e depois dese refazer ela se levantou, não olhou pra mim e foi para o quarto.

Eu imaginava que teria perdido minha mãe, que ela nunca mais falaria comigo e me sentia culpado por deixa-la na situação que deixei. Por fim, a sopa não foi feita.

Fui para meu quarto e acabei pegando no sono entre o medo e a culpa.

No dia seguinte, ela foi ao meu quarto sentou na minha cama e me acordou. Abri os olhos e ela sem me dar chances de falar começou:

- Davi, eu não entendo disso e nem quero entender. Mas estive pensando muito nesta noite. Não sei como lidar com isso, você vai ter que me ensinar. Felizmente ou infelizmente uma mãe não tem como pedir divórcio de um filho e eu não farei isso.

Aquilo me deu um nó na garganta e ela continuou:

- Gosto do Fábio, quero que sejam muito felizes, não será isso que vai fazer perder sua familia, agora tenho o Fábio...

também como filho. Aceito a situação.


Ela pegou minha cabeça e colocou no colo delae ambos choravam por ter iniciado tão bem uma nova fase na vida de todos nós.

Eidi

Lá vai então o 1º depoimento (espero que curtam!):

Desde pequeno, sempre me senti atraído pelos garotos da escola. Lembro-me das brincadeiras infantis que eu tinha com eles, muitas nas quais me excitava profundamente, em silêncio. Muitas vezes, me perguntava como eu poderia ser tão precoce em algumas áreas da vida, e dentre elas estava a sexual. Comecei a me masturbar muito cedo e pra mim era normal me imaginar em transas fantasiosas com meninos da minha idade. Eu era um tarado infantil que havia antecipado a puberdade, em uma época em que as crianças liam gibi ao invés de Playboy.

Maduro, me assumi pela primeira vez aos 7 anos de idade. Lembro-me até hoje. Tava assistindo a um show de travestis, na TV, junto à minha mãe enquanto ela preparava um bolo. Não sei que raios que deu em mim, só sei que aproveitei a chance, apontei para o aparelho e soletrei pra minha mãe que queria ser gê-a-iplison. Ela, aparentemente, não havia entendido o meu alfabeto de pré, daí repeti. Só depois de umas 5 tentativas, gritei que sou viado. Só me lembro que vôou massa pra tudo quanto é canto. Nessa hora, meu pai chegou. Minha mãe, em prantos, contou tudo pra ele. Ele, pra minha surpresa, acalmou-a e disse que eu não sabia o que estava falando. Costumo dizer que esse momento da minha vida foi quando saí do armário, e me empurraram em seguida de volta à ele.

7 anos se passaram, dentro daquele frio e escuro closet, até que, nos hormônios dos 14, decidi contar pela segunda vez. Dessa vez, já estava mais preparado e crente que eles iriam me levar a sério. Antes de repetir o outing, consultei um site muito bom cheio de informações e depoimentos verídicos, www.estoufelizassim.hpg.ig.com.br, ficadica. Até participaria da HJE, pena que nessa época nem o projeto dela existia. Suei frio, tive cãimbras, mas fui lá e revelei de novo. Foi a melhor decisão da minha vida. Hoje, aos 19, meus pais sabem do meu namoro, troco conselhos amorosos com minha mãe e meu pai me leva pras buatchys. Não tenho mais medo de me aceitar do jeito que sou, pois a família que amo estará sempre do meu lado.