sábado, 25 de outubro de 2008

Flor da neve e o leque secreto


Na verdade outra dica de leitura como já feito pro Elis.

Flor de neve e o Leque secreto por Lisa See


Um idioma mantido em segredo durante milhares de anos é o pano de fundo deste romance inesquecível sobre duas chinesas cujas vidas são marcadas pela amizade e pelo amor que as unem.

Esta história apaixonante e comovente se passa na China do século XIX, quando as mulheres tinham que se submeter à antiga tradição de bandagem dos pés para reduzir-lhes o tamanho e torná-las melhores partidos. Durante esse dolorido processo de embelezamento, que durava cerca de dois anos e, em algumas regiões, era iniciado quando as jovens tinham apenas seis anos de idade, eram obrigadas a viver em reclusão. O tamanho dos pés iria determinar o valor da mulher como esposa. Os pés pequenos seriam oferecidos aos futuros sogros como prova da disciplina e da capacidade para suportar a dor do parto, além de todos os outros infortúnios que poderiam aguardá-la.

Iletradas e isoladas do mundo, não era apropriado que pensassem, tivessem vontade própria ou demonstrassem emoções. No entanto, algumas mulheres falavam uma língua secreta entre si, conhecida como nu shu; a única escrita utilizada exclusivamente por mulheres que se tem notícia na história. Elas pintavam os caracteres nu shu em leques, bordavam-nos em lenços, e usavam a "escrita feminina" para compor canções e escrever histórias, saindo assim do isolamento para compartilharem seus sonhos e realizações.

Algumas jovens, consideradas especiais, eram unidas em pares numa aliança conhecida como laotong, algo tão importante quanto um bom casamento, mas realizado por escolha, tendo como objetivo o companheirismo emocional e a fidelidade eterna.

Em Flor da Neve e o leque secreto, somos levados por Lírio em uma viagem ao seu passado, o relacionamento com sua "velha igual" - como as laotong costumam ser chamadas -, os casamentos arranjados e as alegrias e agruras da maternidade. Até que um terrível mal-entendido escrito no leque secreto usado por elas ameaça separá-las. Com um detalhamento histórico e uma densidade emocional impressionantes, Lisa See aborda um dos mais misteriosos relacionamentos: a amizade feminina.

Fiquei encantada com a historia das meninas, li em 1 dia. e reli novamente. Emocionante, viciante, uma beleza e densidade emocional que chorei em diversas partes do livro. Dei este livro pra "patroa" ano passado ela gostou tanto que também leu, recomendou pra diversas amigas e todas sem excessão se apaixonaram pela história.
Comentar mais seria inútil e desnecessário. Apenas leiam.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Carol, ou o preço do sal

Hoje estou me sentindo como a personagem principal (Therese) do segundo livro de Patrícia Highsmith: vazia. Resolvi então falar sobre essa história inovadora, gostosa de ler e muito bem escrita. Highsmith por si só merece um post à parte, com a sua prosa seca, perversa, atrevida. Como se isso não bastasse, seu segundo livro tinha um tema tão "assustador" para a época que foi recusado. A solução foi lançá-lo usando um pseudônimo. O que é tão assustador em Carol? Uma história de amor entre mulheres, e um amor com final feliz, o que era incomum para a época (1953). Nossa Highsmith portanto, foi uma das pioneiras a escrever sobre o "delicado" tema.

Therese é uma jovem órfã, cenógrafa, funcionária de uma loja de departamentos em plena época natalina. Presa em sua rotina, a solidão que a cerca é tão profunda que torna a sua vida cinza. Mesmo o namoro com Richard é vazio, protocolar. Tudo em Thereze parece ser cinza, vazio e árido, até o surgimento de Carol.
Estonteante Carol. Loira, linda, aristocrática, aparentemente inacessível. Carol é a cor que Thereze buscava. Mas nem tudo é cor de rosa na vida da própria Carol. Casada com um homem que a trata como uma boneca para ser exibida, a vida rotineira de dona de casa é tão vazia de sentido quanto a de Thereze. Highsmith nos mostra dois pólos opostos: a pobreza e precariedade de Thereze, a riqueza de Carol, e duas vidas vazias de sentido.
A aproximação entre as duas é lenta, mas inexorável. Elas ganham cor juntas, ganham sentido. Thereze decide acordar para a vida, Carol decide se libertar do seu papel de boneca. O amor transforma, une, mesmo com os contratempos pelos quais as duas passam, e acreditem, torcemos até o fim para que o marido malvado de Carol saia de cena e deixe nossas heroínas em paz.
Quer um teco? Não resisti e procurei uma imagem da capa do livro em inglês, olha que lindo. Carol, de Patrícia Higsmith.


Visual que agride, casal equilibrado(?)


Bom, lá vou eu contanto histórias...
Certa vez estava no msn com uma amiga sobre como, às vezes, nos casais, os namorados ficam parecidos, até mesmo fisicamente, um com o outro.
Papo vai, papo vem...e eu resolvi procurar fotos de casais,aleatoriamente. Depois refinei a pesquisa para casais homossexuais e depois finalmente lesbicos.Deparei-me com essa foto ai. Achei o casal tãooooooo fofo. Mandei pra guria ver.
- Nossa, elas são parecidas. Mas não gostei do casal.Elas juntas são muito...são duas bofes juntas. Casal meio desquilibrado...
- Ué, mas vc não concordou que ás vezes os namorados ficam até fisicamente parecidos? Além do mais, que tem duas bofes juntas?
-Concordei, mas achei tao estranho elas duas...Prefiro casal composto por 1 menina mais mocinha e 1 mais machinho ou então as duas meio termo.
- Humm. Achei elas fofas...E isso que vc acabou de falar é realmente o mais comum. De fato não conheço nenhum casal com duas meninas mais masculinas.Também não conheço casal de “pintosas”.E sinceramente gostaria de entender o porquê...Nem Freud explica.Mas adorei ver o casal e saber que embora raros, bofes que amam bofes existam.
- Eu acho que o masculino tende a atrair o feminino, por simples adequação aos papeis sociais já existentes.
-Pode ser...eu particularmente adoro quebrar estereótipos.Adorei ver esse casal.
-o visual agride.
-Agride?
-É. As duas já devem sofrer preconceito por serem gays e sendo bofese ainda mais um casal de bofe...o visual agride mais do que se fosse um casal mais equilibrado...
- Ham entendo, mas acho que o visual agride só por serem duas meninas trocando afeto.
O papo continuou...Mas transcrevi a parte que interessa.Realmente não vejo casais assim com frequencia. Queria entender o proquê..Existe um preconceito entre os grupos (bofes, pintosas, ladys, ursos...) quem impede essa aproximação?creio que em parte sim.Existe preconceito da cultura heteronormativa que tendem a “encxergar” melhor um casal composto por um lado feminino e outro masculino? Também...mas acho que só isso não explica.
Com relação a aparência de casal...é..a “patroa” mudou bastante coisa em mim e eu nela. E estamos parecidas....

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Mais uma história, então...

Lendo o post da Cogumela, que é uma resposta ao da Petitte, resolvi postar minha história aqui também.
Tarde vazia, no começo de 2006. Eu jogando truco on line no bananagames. Joguei com uma certa garota... conversávamos aleatoreidades enquanto jogávamos... Achei a garota muito legal. De repente ela revelou ser lésbica, em resposta à provocação dos adversários. Passou, o episódio, mas eu fiquei pensando naquilo a noite toda. Tudo o que eu sabia sobre ela era o nome, a idade, e o estado. Procurei no orkut, no dia seguinte, e haviam 648 pessoas, exatamente, de mesmo nome e idade, do sexo feminino. E eu a encontrei entre tantas. Nos adicionamos no msn, ela tinha namorada, eu tinha namorado, morávamos em estados diferentes. Começou uma amizade muito legal, e gradativamente um certo interesse, e de repente estávamos totalmente envolvidas. Terminamos nossos respectivos relacionamentos, e ela foi me ver. Tudo eram flores. Foi perfeito conhecê-la pessoalmente, nós ultrapassamos as espectativas que tínhamos uma sobre a outra. Então começou uma nova fase em nosso relacionamento, porque minha mãe percebeu, me pressionou e eu confirmei. Vivemos então 10 meses de ameaças, pressão, terror, medo constante, términos forçados pela minha mãe e, pra dificultar ainda mais, a distância. Acho que sobrevivemos tão bem à distância justamente porque ela não era nosso maior obstáculo, mas sim minha mãe. Então eu passei no vestibular aqui, e vim morar aqui. Com ela. Finalmente pudemos ficar juntas. Nosso relacionamento era o modelo para nossos amigos. Nós nos divertíamos, nos amávamos, dávamos certo, nos apoiávamos. Era pra mim e para todos que nos conheciam, o relacionamento perfeito, eu a amava e continuava apaixonada por ela. Um dia cheguei a nossa casa, e havia outra pessoa lá. Ela terminou comigo, dizendo que havia me traído, e que queria ficar sozinha. Mas não ficou sozinha, ficou com a outra pessoa, e eu, fiquei ( e estou) sozinha. Não importa, foram 2 anos e 4 meses de um namoro que foi perfeito do primeiro até o último dia. Só não digo que valeu a pena, pela forma que acabou: não fosse o fim trágico, humilhante, eu poderia dizer que faria tudo denovo. O que eu quis dizer aqui, é que basta ser muito bom, e terminar sem deixar mágoa, não precisa ser pra sempre, pra valer a pena.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Existem alguns comentários que devem virar post este é um deles

Bom...encontrei o blog no orkut. Não posso deixar de contar a minha história...já aviso que é tri incomum...

(07/2008) madrugada e eu em casa sem fazer nada resolvi olhar a comunidade do "The L word" e casualmente havia um topico "ONLINE? entre aqui".
Lá fui eu, entediada... comecei a conversar com algumas gurias que estavam brincando por lá, marcando casamento e tal. Conheci então, uma paulistana: add orkut, olha fotos, conversa mais, add msn... dormimos as 4hs da manhã depois de trocar experiências. Conversamos no outro dia, no outro e no outro... viajei, conversamos por telefone, SMS, o primeiro EU AMO VC! -me apavorou por sinal-.
Custei a acreditar mas, fomos levando, conversas, declarações de amor... eu no sul ela no sudeste. Chegou um dia em que reunimos economias e eu fui, a poucos dias...primeiro beijo no aeroporto, mãos dadas no ônibus, sorrisos... parecia que éramos íntimas a mais de ano. O sentimento naquele momento era algo incrível e as duas estavam na mesma sintonia.
Pusemos alianças de compromisso. Eu, descobri que nunca amei ninguém tão forte assim. Nem sei se já amei alguém...
Resultado: agora voltei pro sul, a saudade dói, a vontade de tê-la num abraço, num beijo ou de apenas olhar sem dizer nada é enorme mas, já temos uma volta marcada para as férias.
Por enquanto continuamos assim mas, esperamos que um dia eu vá ou ela venha definitivamente.

Comentário da CogumelA
Sobre o depoimento da Petitte